Por Elvira Lobato, da Folha de S. Paulo:
A governadora Roseana Sarney (PMDB) foi o principal alvo dos ataques
no debate dos candidatos ao governo na TV Mirante, afiliada Globo. Em
vários momentos, a candidata reagiu aos ataques com tom duro.
“Me respeite. Sou uma mulher séria”, declarou ao ser questionada
sobre uma obra feita pela construtora Gautama, empreiteira envolvida em
suspeitas de irregularidades.
Segundo Roseana, todas as obras em seus governos (ela ocupou o cargo
de 1994 a 2002 e a partir de abril de 2009) são precedidos de licitação
pública coordenadas por grupos técnicos.
Roseana disse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “olhou
menos pelo Maranhão do que Lula”, em resposta ao candidato Flávio Dino
–que concorre pelo PC do B, em coligação com o PSB e PPS– que a acusou
de limitar-se a colocar placas em obras feitas pelo governo Lula.
Dino vem crescendo nas pesquisas de intenção de voto e, por isso,
concentrou suas críticas à governadora. Segundo ele, Roseana investe em
saúde menos do que o Piauí (R$ 104 per capita contra R$ 151) e gasta
cinco vezes mais com publicidade do que com ensino técnico.
A longa hegemonia política do grupo Sarney no Estado foi apontada por
todos os adversários de Roseana. Ela reagiu dizendo que tem 50 anos de
idade e não pode ser considerada uma continuidade do governo de seu pai,
havido nos anos 60. Saulo Arcangeli, candidato do PSOL, disse que todo o
Brasil torce pelo fim da oligarquia Sarney.
No final do debate, diante das reincidentes críticas a ela e ao que
os adversários chamaram de “longo domínio” da ”oligarquia” Sarney no
Maranhão, Roseana Sarney (PMDB) sugeriu que seu pai, o presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP), deveria ser convidado para o próximo
debate, já que os demais candidatos só citam seu nome.
Roseana insinuou que as críticas a ela e ao governo são fruto de
preconceito contra a mulher. “É duro ser mulher e governar um Estado”,
afirmou.
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