Em primeira mão às 20h30. Conforme o blog havia antecipado logo que
essa confusão entornou de vez, os inúmeros erros do presidente da
Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, para escapar da responsabilidade
pela venda irregular de 1.400 carros no Maranhão, acabaram beneficiando o
empresário à beira da falência e ex-presidiário Alessandro Martins.
Thomas Schmall está levando a pior contra enrolado Alessandro Martins |
O juiz da 8ª Vara Cível da Capital, Luiz Gonzaga Martins, julgou
nesta quinta-feira (28) procedente em parte, ação ajuizada pela Euromar
determinando que a Volkswagen do Brasil efetue em cinco dias o
faturamento de R$ 26,8 milhões em veículos e peças em favor da primeira
sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Além disso, o magistrado
determinou que a montadora mantenha a Euromar como sua revendedora
exclusiva no Maranhão. Cabe recurso ao Tribunal de Justiça.
“Diante do exposto, exerço o
juízo de retratação para deferir parcialmente a tutela antecipada nos
seguintes termos: determinar que a Volkswagen do Brasil, no prazo de
cinco dias, efetue o faturamento de R$ 26.888.498,58 em veículos e peças
para a Euromar, mantendo a autora como sua revendedora exclusiva em São
Luis. Nesse rumo, o Banco Volkswagen deverá voltar a financiar os
veículos para os clientes e, as requeridas tão e somente poderão debitar
na conta corrente da Euromar, os valores das novas unidades faturadas.
Para o caso de descumprimento desta determinação, cada parte ré pagará à
parte autora, multa diária de R$ 100 mil“, diz Luiz Gonzaga no processo nº 32622/2010.
Thomas Schmall ficou indignado porque Alessandro Martins resolveu
participar do programa de delação premiada proposto pelo Ministério
Público e apresentou às autoridades notas fiscais da concessionária
brasiliense Disbrave, do milionário Carlos Alberto Taurizano. A
Disbrave vendia veículos no mesmo esquema da Euromar no Maranhão, com o
aval da montadora.
Por conta disso, o presidente da Volkswagen exagerou nas punições:
proibiu Alessandro Martins de vender a Euromar por R$ 30 milhões, reteve
quase o mesmo valor em fundos e garantias da concessionária, além de
autorizar a abertura de uma nova revenda, a Bremen (Recife), mesmo sem
nomeá-la oficialmente. Com a decisão, a Bremen corre o risco de fechar
em São Luís.
No processo, a Euromar pedia R$ 370 milhões à montadora, o que foi
negado por Luiz Gonzaga. Determinou apenas as medidas já informadas.
Agora, Thomas Schmall está numa sinuca de bico: autorizar a venda da
concessão pela Euromar ou retomar as relações comerciais com Alessandro
Martins por ter ficado provado que a abertura da Bremen foi ilegal.
Como se vê, o ex-presidiário parece ter sete vidas.
(Com informações Décio Sá)
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