BUENOS AIRES - O corpo do ex-presidente argentino Néstor Kirchner será
velado na quinta-feira, 28, na Casa Rosada, sede do executivo do país,
anunciou o ministro do Trabalho Carlos Tomada, em Buenos Aires, nesta
quarta, 27.
Kirchner morreu em sua residência em El Calafate, na província de
Santa Cruz, na Patagônia argentina, vítima de um enfarte. O
ex-presidente, que tinha um histórico de problemas cardíacos, foi levado
a um hospital, mas não resistiu.
Ele era cotado para suceder sua mulher, a presidente Cristina
Kirchner, como candidato do governo nas eleições do ano que vem. Ele
também exercia o cargo secretário-geral da União das Nações
Sul-Americanas (Unasul) e de deputado federal pelo Partido Justicialista
(peronista), além de ser líder do seu bloco.
O ex-presidente, que governou a Argentina de 2003 a 2007, já havia
sido internado por problemas de saúde duas vezes este ano. Na última, em
setembro, foi submetido a uma angioplastia.
O governo do país decretou luto oficial de três dias, a começar por
hoje. Na próxima sexta, segundo um comunicado divulgado por fontes
oficiais da cidade de El Calafate, onde Cristina vela o corpo do marido.
Carreira política
Kirchner ganhou projeção nacional ao se tornar governador da província de Santa Cruz, por dois mandatos na década de 90.
Após a renúncia do presidente Fernando de La Rua (1999-2001), devido a
uma grave crise econômica, a presidência do país foi assumida por
Eduardo Duhalde, responsával por completar o mandato até 2003.
Nas eleições de abril daquele ano, Kirchner saiu como candidato da
Frente para a Vitória e ficou em segundo lugar, atrás do ex-presidente
Carlos Menem. Antes do segundo turno, Menem desistiu da candidatura e
Kirchner foi declarado vencedor.
Durante seu governo, Kirchner conseguiu tirar a Argentina da recessão
e antecipar o pagamento de empréstimos ao FMI (Fundo Monetário
Internacional), bem como aumentar os salários e pensões e diminuir a
pobreza.
O mandato de Kirchner também foi conhecido pela reabertura
de julgamentos da ditadura argentina (1976-1983). Seus opositores lhe
acusam de autoritarismo, corrupção e de perseguição à mídia.
Em 2007, lançou sua esposa, a então senadora Cristina Kirchner como candidata a sua sucessão, que também foi eleita.
(Fonte Estadão)
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