Caxias: Corda de cânhamo

A mais bombardeada de todos os secretários municipais, impressiona como a professora Sílvia Carvalho tem resistido às pressões para que seja substituída na pasta de Educação. Agora mesmo nos bastidores ela enfrenta um novo e pesado ataque. De um lado, a favor de sua saída, o chamado alto clero legislativo. Do outro, a favor de sua permanência no cargo, o chamado baixo clero legislativo.

O cabo de guerra estava esticado ontem de manhã. Numa das pontas da corda de cânhamo, Leonardo Barata, Thais Coutinho, Antônio Luís, Ricardo Marques, Manoel da Caçamba, Paulo Simão e Chocolate... Na outra, Ironaldo Alencar, Fábio Gentil, Catulé, Antônio Ximenes e... talvez... Helton Mesquita. O quarteto governista já havia assinado um documento pedindo a cabeça de SC. Como o último é o único declarado de oposição, o mais provável é que se abstenha de assinar o manifesto a favor da demissão de Sílvia Carvalho por este ser um assunto, digamos, interno do governo municipal... Digo interno porque não obstante as críticas públicas à condução da Educação, no âmbito do intestino do Palácio da Cidade quem teria força político-partidária suficiente para dar um bilhete vermelho a SC seria a base legislativa do prefeito Humberto Coutinho. Pelo comportamento adotado até agora no caso SC, pode-se afirmar que somente no extremo político HC demitiria a secretária. O problema do alto clero, porém, começou a adquirir musculatura quando o baixo clero decidiu desconsiderar a tradicional orientação dos colegas do alto clero. Para piorar, o baixo clero agora é maioria na Casa, cuja frente assim constituída de sete elementos teoricamente inviabilizaria as ações do grupo de coturno alto.

Como o quiproquó ainda está fresco nos bastidores, por enquanto apenas caberiam indagações: caso se confirme a divisão no Legislativo caxiense, com sete de um lado e cinco do outro, seria possível haver a radicalização no posicionamento do alto clero em relação a Sílvia Carvalho?... Se assim, por quais caminhos enveredaria o grupo para se contrapor aos colegas do baixo clero?

Fonte: Jotônio Viana