Da Folha de S.Paulo:
Citado pela candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) como o homem
que “fugiu” com R$ 4 milhões da campanha de José Serra (PSDB), o
ex-diretor de Engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza cobrou em
entrevista à Folha que a petista apresente provas e que o tucano o
defenda.
Paulo Preto, como o ex-executivo da empresa estatal é conhecido,
disse que todas as suas “atitudes” foram informadas a Serra. Por isso,
diz, o tucano deveria responder às acusações que vem sofrendo. “Não
somos amigos, mas ele [Serra] me conhece muito bem. Até por uma questão
de satisfação ao país, ele tem que responder [...] Acho um absurdo não
ter resposta, porque quem cala consente”.
No domingo, Paulo Preto foi citado por Dilma durante o debate da Band
para atacar Serra. A petista disse que o rival deveria “se lembrar” de
“seu assessor que fugiu com R$ 4 milhões, dinheiro da sua campanha”.
As denúncias contra o ex-executivo foram publicadas inicialmente pela revista “IstoÉ” (reveja).
Segundo a revista, tucanos relataram que Preto teria arrecadado R$ 4
milhões, mas o dinheiro não foi declarado pelo PSDB. Tanto Preto quando o
partido negam. Apesar de cobrar explicações de Dilma, afirma que não
vai processá-la. “Ela foi pautada por falsas informações publicadas.”
Por meio de sua assessoria, Dilma disse que as referências feitas por
ela foram publicadas pela imprensa e são de conhecimento público. A
assessoria de Serra não respondeu a recado deixado na noite de ontem.
Inconformado por ter sido retirado da direção da Dersa, segundo diz, por
ex-colegas do governo de São Paulo, ele manda um recado para antigos
companheiros: “Não se larga um líder ferido na estrada a troco de nada.
Não cometam esse erro”.
Autodeclarado arrogante, Preto, 62, nega ter arrecadado recursos para
o partido mas diz que criou as melhores condições para que houvesse
aporte de recursos em campanhas.
Isso
porque, diz ele, deu a palavra final e fez os pagamentos no prazo às
empreiteiras terceirizadas que atuaram nas grandes obras de São Paulo,
como o Rodoanel, a avenida Jacu-Pêssego e a ampliação da Marginal.
“Ninguém nesse governo deu condições das empresas apoiarem [sic] mais
recursos politicamente do que eu [...]”
Ultramaratonista, ele renega o apelido Paulo Preto e diz que, desde
criança, sabia o que seria na vida: “rico”. O engenheiro reafirma sua
amizade pelo senador eleito por São Paulo Aloysio Nunes (PSDB), de quem
foi assessor durante o governo FHC. Aloysio informou que não irá se
pronunciar.
Preto virou réu em ação penal depois de mandar avaliar um bracelete
de diamantes comprado sem nota fiscal. A joia havia sido furtada. À
Folha ele afirma que foi vítima de uma armação política por trás do
evento. “Armaram, e eu caí, tudo bem. Mas esse negócio de caixa dois,
isso não.”
Leia aqui a íntegra da entrevista.
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