quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Emendas no Maranhão são divididas entre prefeitos e deputados

O país assiste perplexo ao uso de emendas parlamentares para entidades fantasmas, obras não executadas e, por último, para promoção de shows de bandas comerciais desses forrós canalhas do Ceará e Pará. Envolvem deputados e senadores.

Aqui no Maranhão, a festança não é diferente. Talvez a até pior. Agora mesmo os deputados estão destinando em suas emendas mais de R$ 9 milhões para carnaval, bumba boi, danças folclóricas e até para eventos de umbanda. E haja macumba!

Ocorre que a cada festejo o governo banca essas manifestações via a Secretaria de Cultura. E a verba das emendas parlamentares? Procura-se.

Neste ano, um caso curioso aconteceu envolvendo seis deputados e o prefeito de Coêlho Neto, Soliney Silva. Eles fizeram um acordo para destinar mais de 70% de suas emendas, um total de R$ 2,5 milhões cada, para o município e receberia 60% do valor repassado. O acordo gorou.

Soliney decidiu empregar quase a totalidade das verbas na sua cidade. Os deputados ficaram a ver navios e remando contra a maré. Apenas um ainda conseguiu levar R$ 500 mil, depois de muita confusão.

Em 15 de dezembro do ano passado, portanto 12 meses depois, o blog do jornalista Raimundo Garrone publicava a destinação de R$ 5,5 milhões de emendas de quatro deputados estaduais para o minúsculo município de São Félix de Balsas, que tem apenas 4.500 moradores.

Naquele ano, a exemplo deste, cada deputado da base governista e da oposição teve direito a emendar o Orçamento do Estado em até R$ 2,5 milhões.

Garrone chama a atenção ao fato de que São Félix de Balsas tem apenas 2.800 eleitores, que por sí só não justificaria a movimentação de tantos recursos na disputa pelo voto.

Além do mais, as emendas geralmente são destinadas para as bases dos parlamentares, com a finalidade de mostrar serviço, ajudar a cidade, e buscar a reeleição.

Composto por Stênio Resende (PMDB), Carlos Braide (PDT), Fátima Vieira (PP) e Nonato Aragão (PSL), o consórcio de deputados, conforme definição do jornalista, tem apénas um parlamentar que foi votado naquela cidade: Stênio Resende, que teve 1.376 votos. Aliás, dos deputados: Fátima Vieira, que levou um voto.

E qual o interesse de deputados em destinar dinheiro para áreas que nunca atuaram e sabem que não irão tirar votos? Vontade de ajudar a sí ou a comunidade? Só o Ministério Público poderá dizer, talvez.

Segundo Garrone “Braide destinou dois milhões, da sua cota de 2,5 milhões, para recuperação de estrada vicinal e para a manutenção de unidades de saúde”.

E diz ainda que “Nonato Aragão reservou um milhão para construção de praças na sede do município e para compra de equipamentos para a rede de saúde”.

“Fátima Vieira, que ainda teve um voto, foi – digamos assim – ingrata, e destinou apenas 500 mil, de sua cota, também para construir praças na sede e na zona rural”, ironiza o jornalista.

Finalizando, Garrone informa que, aliado da prefeita do município, Socorro Martins (PSDB), Stênio Resende retribuiu a votação quem teve e garantiu 2 milhões para recuperação de estradas vicinais e de kits sanitários.

E os moradores de São félix de Balsas, conhecem as obras informadas? 

Fonte: Blog do Cardoso

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