O país assiste perplexo ao uso de emendas parlamentares para
entidades fantasmas, obras não executadas e, por último, para promoção
de shows de bandas comerciais desses forrós canalhas do Ceará e Pará.
Envolvem deputados e senadores.
Aqui no Maranhão, a festança não é diferente. Talvez a até pior.
Agora mesmo os deputados estão destinando em suas emendas mais de R$ 9
milhões para carnaval, bumba boi, danças folclóricas e até para eventos
de umbanda. E haja macumba!
Ocorre que a cada festejo o governo banca essas manifestações via a
Secretaria de Cultura. E a verba das emendas parlamentares? Procura-se.
Neste ano, um caso curioso aconteceu envolvendo seis deputados e o
prefeito de Coêlho Neto, Soliney Silva. Eles fizeram um acordo para
destinar mais de 70% de suas emendas, um total de R$ 2,5 milhões cada,
para o município e receberia 60% do valor repassado. O acordo gorou.
Soliney decidiu empregar quase a totalidade das verbas na sua cidade.
Os deputados ficaram a ver navios e remando contra a maré. Apenas um
ainda conseguiu levar R$ 500 mil, depois de muita confusão.
Em 15 de dezembro do ano passado, portanto 12 meses depois, o blog do jornalista Raimundo Garrone publicava a destinação de R$ 5,5 milhões de emendas de quatro deputados estaduais para o minúsculo município de São Félix de Balsas, que tem apenas 4.500 moradores.
Naquele ano, a exemplo deste, cada deputado da base governista e da
oposição teve direito a emendar o Orçamento do Estado em até R$ 2,5 milhões.
Garrone chama a atenção ao fato de que São Félix de Balsas tem apenas
2.800 eleitores, que por sí só não justificaria a movimentação de
tantos recursos na disputa pelo voto.
Além do mais, as emendas geralmente são destinadas para as bases dos
parlamentares, com a finalidade de mostrar serviço, ajudar a cidade, e
buscar a reeleição.
Composto por Stênio Resende (PMDB), Carlos Braide (PDT), Fátima
Vieira (PP) e Nonato Aragão (PSL), o consórcio de deputados, conforme
definição do jornalista, tem apénas um parlamentar que foi votado
naquela cidade: Stênio Resende, que teve 1.376 votos. Aliás, dos
deputados: Fátima Vieira, que levou um voto.
E qual o interesse de deputados em destinar dinheiro para áreas que
nunca atuaram e sabem que não irão tirar votos? Vontade de ajudar a sí
ou a comunidade? Só o Ministério Público poderá dizer, talvez.
Segundo Garrone “Braide destinou dois milhões, da sua cota de 2,5 milhões, para recuperação de estrada vicinal e para a manutenção de unidades de saúde”.
E diz ainda que “Nonato Aragão reservou um milhão para construção de
praças na sede do município e para compra de equipamentos para a rede de
saúde”.
“Fátima Vieira, que ainda teve um voto, foi – digamos assim –
ingrata, e destinou apenas 500 mil, de sua cota, também para construir
praças na sede e na zona rural”, ironiza o jornalista.
Finalizando, Garrone informa que, aliado da prefeita do município,
Socorro Martins (PSDB), Stênio Resende retribuiu a votação quem teve e
garantiu 2 milhões para recuperação de estradas vicinais e de kits
sanitários.
E os moradores de São félix de Balsas, conhecem as obras informadas?
Fonte: Blog do Cardoso
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são de responsabilidades de seus autores.