segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pedro Novais está entre os ministros indesejáveis de Dilma


A presidente Dilma Rousseff tomou posse em janeiro deste ano incomodada com alguns nomes de sua equipe. Eleita numa ampla coligação partidária, Dilma foi obrigada a nomear como ministros políticos impostos por partidos da base governista. Até aí, são essas as agruras normais do presidencialismo brasileiro. Mas Dilma enfrentou um agravante particular. Ela também teve de atender a vários pedidos do antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula pediu – e Dilma concordou – que fossem mantidos alguns ministros. Dilma nunca escondeu o descontentamento com esses auxiliares impostos e, entre os mais próximos, deixou a impressão de que aguardava apenas um bom motivo para trocar alguns.

Na semana passada, Dilma teve a primeira oportunidade de afastar um desses indesejáveis. O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, foi demitido na quarta-feira, atingido por denúncias de superfaturamento nos preços de obras e desvio de dinheiro para os cofres de seu partido, o PR, e para o patrimônio da família. Dias antes, pelos mesmos motivos, foram afastados o chefe de gabinete de Nascimento, Mauro Barbosa, o assessor especial, Luiz Tito Bonvini, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, e o presidente da empresa estatal Valec, José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha. A julgar pela rapidez com que Dilma se livrou dessa turma, outros ministros sem prestígio no Palácio do Planalto devem se cuidar para não tomar o mesmo caminho de Nascimento.

Alguns sinais rotineiros mostram o pouco apreço que Dilma nutre por alguns ministros. Os 38 ministros podem ser divididos em três grupos. O primeiro inclui ministros que veem Dilma com frequência, como Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Guido Mantega (Fazenda). O segundo grupo são os que não estão próximos, mas são recebidos sempre que necessário, como Fernando Haddad (Educação). Haddad é um dos que ficaram no governo a pedido de Lula.

No terceiro grupo estão os ministros com os quais Dilma não demonstra proximidade. Eles raramente são recebidos e diariamente recebem sinais de que só estão em suas cadeiras porque não tem outro jeito. Nesse terceiro grupo figurava, até a semana passada, Alfredo Nascimento. Estão lá também Pedro Novais (Turismo), Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), Mário Negromonte (Cidades) e Orlando Silva (Esporte).

Da revista Época

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