Da Veja:
Na edição desta semana, VEJA revela que o deputado e empresário
Roberto Rocha, do PSDB do Maranhão, foi extorquido pela Casa Civil, em
2007, para resolver um problema no governo federal. O achacador foi
Vladimir Muskatirovic, advogado e atual chefe-de-gabinete da Casa Civil,
apadrinhado pelas ex-ministras Dilma Rousseff e Erenice Guerra, com as
quais trabalha desde o começo da administração petista.
Conhecido como “Vlad”, o assessor cobrou 100 000 reais de propina do
deputado Rocha. Era a taxa para que a Presidência da República
autorizasse uma transferência de cotas da TV Cidade, retransmissora da
Record no Maranhão, da qual o deputado é sócio. Com o ato, Rocha
passaria a ser o dono da TV.
O deputado narrou o episódio a VEJA em entrevista gravada de uma hora
e três minutos. Contou que teve uma reunião sobre o assunto na Casa
Civil, na presença de Erenice e do assessor Vlad. Logo depois, veio a
cobrança. Ele afirmou à reportagem que, dali em diante, coube ao seu
funcionário e secretário, Ivo Icó, negociar com Vlad.
Rocha confirmou ter pago 20 000 reais de sinal. Apesar disso, não conseguiu resolver seu problema.
Abordado por outros veículos de comunicação, Rocha admitiu a extorsão, mas negou ter pago propina.
Ouça a seguir trechos da entrevista em que Rocha fala da cobrança da
propina e do posterior pagamento de um sinal para que a autorização de
que ele necessitava fosse concedida. “É coisa de saúde pública porque
fede!”, diz o deputado.
Roberto Rocha explica que coube ao seu secretário, Ivo Icó, negociar
com Vlad. “Não foi comigo que eles (Casa Civil) trataram isso. Do mesmo
jeito que ela (Erenice) não tratou, eu não tratei. Trataram entre eles
(os funcionários)”.
Prossegue Rocha: “Depois de muita conversa, terminou sendo feito de
outra forma. Não daquele tamanho (100 000 reais), mas foi feito (o
pagamento). Foi feito, mas não foi executado. Absolutamente nada”.
VEJA também gravou entrevista com Ivo Icó. Ele confirmou ter mantido tratativas com o assessor Vlad: “Ele estava intermediando o caso e deixou claro que havia gegente acima dele que resolveria. Ele deu a garantia que, com o pagamento, resolveria”. Leia aqui a matéria que é destaque na Veja.
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